quarta-feira, 20 de março de 2024

Oito anos depois, TUrMA retoma visitas científicas

Em março de 2016 a Trilha Urbana da Mata Atlântica (TUrMA) recebeu o primeiro grupo de pesquisadores. Em novembro do mesmo ano, um segundo grupo, agora bem maior, fez uma radiografia da TUrMA. Neste março de 2024, mais um pesquisador, acompanhado do conselheiro do Instituto Viva a Cidade (IVC), Roger Dalcin, fez uma incursão pela TUrMA para a captura de algumas espécies de peixes.

O pesquisador Waldir Miron Berbel Filho e o conselheiro do IVC, Roger Dalcin, foram acompanhados por Yamira Boyarchuk Andrade, a mais jovem associada da Oscip ambientalista, na TUrMA

Berbel, 33 anos, morador de Norman, Oklahoma, USA, está fazendo doutorado em Biologia Evolutiva na Universidade de Oklahoma. Amigo de Dalcin, que também é Ictiólogo, veio à TUrMA fazer coleta nas águas cristalinas dos pequenos riachos que desaguam nas sub-bacias hidrográficas do Rio Mathias, de Joinville, SC. 


O pesquisador é um biólogo evolutivo interessado em como diferentes estratégias reprodutivas evoluíram e quais são as causas e consequências ecológicas e evolutivas da variedade de sistemas presentes na natureza. "Nós coletamos uma espécie de peixe rivulídeo chamada Atlantirivulus haraldsiolii. Esse peixe habita ambientes rasos, como é o caso dos riachos da TUrMA, e pequenos riachos da Mata Atlântica do Sul do Brasil".
Os exemplares capturados serão incorporados em um estudo abrangendo a evolução de sistemas reprodutivos nessa família de peixes.


Yamira, que ajuda a manter a trilha limpa para visitação e já atua como guia nos mais de 500 metros de caminhada, estava atenta à captura

Para Berbel, a experiência na TUrMA foi surpreendente. "É realmente único ter acesso a um fragmento de mata preservada em meio ambiente cada vez mais urbano. Fomos muito bem recebidos e guiados para os riachos e nascentes dentro da área. É bonito de ver pessoas com o verdadeiro espírito ambientalista, com uma preocupação e apreciação genuína pela Natureza. O IVC nos proporcionou uma bela manhã com trilha, peixes e biologia".

Yamira se despede dos peixinhos que terão como destino a pesquisa científica de universidade norteamericana

A TUrMA, sob responsabilidade da Oscip socioambiental, por enquanto, está aberta exclusivamente para pesquisadores. Em breve retomará acesso à estudantes e grupos fechados.

Saiba mais sobre a TUrMA neste blog:

https://vempraturma.blogspot.com/2016/12/trilha-ecologica-de-futura-uc-ameacada.html

https://vempraturma.blogspot.com/2016/03/pesquisadores-da-univille-na-turma.html

https://vempraturma.blogspot.com/2015/01/tempestade-na-turma.html

https://vempraturma.blogspot.com/2015/01/caminhada-sob-temporal-leva-trilheiro.html

https://vempraturma.blogspot.com/2014/12/texturas-da-turma-e-o-camaleao.html

https://vempraturma.blogspot.com/2014/11/jacus-da-turma-e-mais-visitantes.html

https://vempraturma.blogspot.com/2014/11/comportem-se-como-os-animais.html

https://vempraturma.blogspot.com/2013/12/primeiros-visitantes-da-turma.html

https://vempraturma.blogspot.com/2013/12/minusculos-da-turma.html

https://vempraturma.blogspot.com/2013/12/morrer-cantando.html

https://vempraturma.blogspot.com/2013/11/bosque-dos-palmitos-na-turma.html

https://vempraturma.blogspot.com/2013/11/turma-sendo-aberta-e-os-primeiros.html

https://vempraturma.blogspot.com/2013/11/vem-pra-turma.html

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Gaia Live com IVC na TUrMA

O feriado de 07 de setembro de 2017, para alguns joinvilenses, foi marcante. Quinze adultos e duas crianças tiveram uma tarde de interação com a natureza na TUrMA - Trilha Urbana da Mata Atlântica, na sede administrativa do IVC - Instituto Viva a Cidade.
 Muitos faziam, pela primeira vez na vida, uma caminhada sensorial em trilha, descalços
O percurso da visitação permite ser feito sem calçados. A trilha é coberta com serrapilheira e permite contatos com pedras, no pequeno Peabiru, barro, areia, água cristalina das corredeiras e a que causou mais sensação... lama. Foi surpreendente ver adultos que não se lembravam mais da deliciosa sensação de pés na lama, deliciarem-se com a experiência.
Na entrada da TUrMa, no seu portal, o ambientalista do IVC, biólogo Roger Dalcin, começou a encantar os visitantes com a primeira informação que demonstra a sapiência da natureza.
O biólogo Roger Dalcin explicando a relação entre pimenteiras e morcegos

As sementes da pimenteira formam uma espécie de vagem que permite aos morcegos comerem seus frutos em voos rasantes sobre elas. "São plantas que nascem em beira de trilhas, para facilitar que os morcegos consigam comer seus frutos", explica o ambientalista. É um exemplo típico de parceria animal & vegetal em que um depende exclusivamente do outro. "Se tem pimenteira na mata, tem morcegos", explica Dalcin.
O portal tem "guardiões" imponentes. Guapuruvus que precisam de duas pessoas para abraçar seus troncos.
 Alguns não resistem um abraço com tão belas árvores

Os guapuruvus são árvores símbolos da capital catarinense. Em Tupi quer dizer "canoa que brota do chão". É dela que se faz "canoa de um pau só".
Os participantes ficaram impressionados com a biodiversidade da 

 Durante o percurso várias paradas são feitas para ouvir o biólogo. Algumas intervenções minhas também, explicando a formação da TUrMA e outras da coach transformacional e terapeuta holística Yulia Waltorna, criadora do evento Gaia Live.
Peixes e camarões habitam uma das nascentes do rio mais poluído de Joinville, Mathias. Visitantes estavam incrédulos com o que viam...

Ao término da caminhada foi servido um café com alimentos naturais e veganos, o que também surpreendeu os visitantes pelo sabor e textura deliciosos das comidas.
O pão de queijo vegano produzido pela Madreveg, na Casa Zen, foi o alimento mais inusitado por seu sabor, cheiro e textura idênticos ao convencional

O dia foi de sol radiante, o que permitiu muita luz e contraste na floresta. Ao término do encontro, no início da noite, alguns comentários de "quero mais" denunciavam o sucesso da iniciativa.

 A recepção do evento foi na sede administrativa do IVC

Os visitantes foram recebidos pelos associados do IVC a partir das 15h para a integração e explicações sobre o evento. O sucesso do encontro anima os organizadores para a continuidade.
Entre os participantes, uma criaturinha que fazia uma trilha pela primeira vez na vida:
 O depoimento de mãe que fez a TUrMA com a filha

Nas postagens com links abaixo imagens surpreendentes de flora e fauna da TUrMA:
Pesquisadores da Univille na TUrMA
Tempestade na TUrMA  
Caminhada sob temporal leva trilheiro ao hospital 
Texturas da TUrMA e o camaleão 
Jacus da TUrMA e mais visitantes  
Comportem-se como os animais
Primeiros vistantes da TUrMA  
Minúsculos da TUrMA
Morrer cantando...  
Bosque dos palmitos, na TUrMA 
TUrMA sendo aberta e os primeiros acidentes  
Vem pra TUrMA
Gatos matam bilhões de animais selvagens
Trilha ecológica de futura UC ameaçada por empreendimento imobiliário
Unidade de Conservação na iminência de loteamento 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Trilha ecológica de futura UC ameaçada por empreendimento imobiliário

O Morro Atiradores, uma das áreas mais ricas em biodiversidade de Mata Atlântica na área urbana de Joinville, está sob risco de desmatamento para loteamento.
A informação foi dada por empregado da Azimute, empresa flagrada promovendo desmatamento de nascente e corte de dezenas de árvores na tarde de 29 de novembro de 2016.
Empregados da Azimute interrompem operação no momento do flagrante,
 mas continuam o "trabalho" quando deixo o local

A ação da empresa acontece em área vizinha onde há anos está a TUrMA (Trilha Urbana da Mata Atlântica), iniciativa do IVC (Instituto Viva a Cidade).
Neste ano de 2016 a TUrMA foi palco de um trabalho de pesquisa da Univille com apoio dos ambientalistas do IVC e recebeu dezenas de acadêmicos e pesquisadores.


Durante esse período, em diversas visitas de campo, os pesquisadores fizeram captura de animais, fotografias e catalogamento de flora e fauna do local, que é rico em biodiversidade com milhares de plantas nativas protegidas por Lei Federal.

Árvores frondosas têm também orquídeas e bromélias de várias espécies em seus troncos e galhos

A diversidade de flora é exuberante na TUrMA do Morro Atiradores

Pegadas de animais como lagartos, camaleões, tatus, gambás e outros são comuns na TUrMA do Morro Atiradores


Além de diversas nascentes e de localizar-se em Cota 40,
o local tem milhares de pés de palmito juçara (Euterpe edulis) que também
são protegidos por lei ambiental federal e pelos ambientalistas do IVC
Na manhã de 01 de dezembro estive pessoalmente na SEMA e fui prontamente atendido pela coordenação de fiscalização que se comprometeu enviar fiscais ao local já no início da tarde.


Orientado pela SEMA,  fiz também a denúncia na ouvidoria da prefeitura digital de Joinville

Esta área é monitorada pelo IVC e já foi vítima de outras tentativas de desmatamento denunciadas no órgão municipal de fiscalização do meio ambiente. Sempre tivemos imediato atendimento dos fiscais, o que mais uma vez se confirmou.
Diversos pés de palmito foram cortados pela equipe da Azimute.
Fiscal da SEMA registra o crime ambiental

No dia 20 de outubro, os acadêmicos da Univille fizeram a apresentação dos resultados da pesquisa em evento promovido pelo CCJ (Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Cubatão e Cachoeira de Joinville).
Roger Dalcin, pesquisador da Univille e também membro da diretoria do IVC
 no evento de apresentação dos resultados da pesquisa
O resultado da pesquisa da Univille está para ser finalizado e deverá embasar a mobilização social que o IVC vai desfraldar a partir de janeiro de 2017, para a oficialização da UC Morro Atiradores (Unidade de Conservação).
Quer apenas uma razão para isso? O Morro Atiradores possui "excepcional valor paisagístico" e a legislação vigente diz que "é proibida a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração quando:
*Abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção e a intervenção puser em risco a sobrevivência dessas espécies.
*Exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e controle de erosão.
*Formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou secundária em estágio avançado de regeneração.
*Proteger o entorno das unidades de conservação.
*Possuir excepcional valor paisagístico".

Como é o caso do Morro Atiradores! Que atende a maioria destas condicionantes.
E sobre a SEMA, ou melhor, sobre os funcionários da SEMA com quem falei nesse processo (e foram seis), todos, sem exceção, me agradeceram por esta iniciativa. Particularmente, os dois fiscais que me acompanharam ao local desmatado, uma fala para você que costuma reclamar da falta de fiscalizacão: "Nós não temos como estar em todos os locais e ver tudo. Mas, vocês, quando veem e denunciam, nos ajudam. Muito obrigado". Nós agradecemos

Nas postagens com links abaixo imagens surpreendentes de flora e fauna da TUrMA:

Pesquisadores da Univille na TUrMA
Tempestade na TUrMA
Caminhada sob temporal leva trilheiro ao hospital
Texturas da TUrMA e o camaleão
Jacus da TUrMA e mais visitantes
Comportem-se como os animais
Primeiros vistantes da TUrMA
Minúsculos da TUrMA
Morrer cantando...
Bosque dos palmitos, na TUrMA
TUrMA sendo aberta e os primeiros acidentes
Vem pra TUrMA

domingo, 27 de março de 2016

Pesquisadores da Univille na TUrMA

Para pelo menos dois pesquisadores da Univille o feriadão de Páscoa foi de trabalho de campo. 
E tudo começou com esse habitante da TUrMA nos recepcionando
 
No sábado de manhã o destino foi os rios da Rua Ronco D'Água, no bairro Itinga. A tarde, no morro Atiradores, mais especificamente na TUrMA.

Os acadêmicos do curso de Ciências Biológicas da Univille, Roger H. Dalcin, 25 e Thiago Toniolo Batista, 23 fazendo coleta num dos rios da TUrMA-Trilha Urbana da Mata Atlântica, no Morro Atiradores, em Joinville, SC

Dalcin, que também é associado ao IVC (Instituto Viva a Cidade), vem revelando, com sua pesquisa, que o Rio Cachoeira e seus afluentes têm grande diversidade de espécies de peixes. No documentário produzido pelo COL (Clube de Oratória e Liderança), "O Marinheiro do Rio Cachoeira", o ambientalista registra a surpresa com a diversidade nestes rios.
A pesquisa de fauna e flora mobiliza outros acadêmicos que, segundo Dalcin, também têm interesse na TUrMA.

O vídeo acima mostra os pesquisadores com seus equipamentos provocando uma pequena descarga elétrica na água. Os peixes e camarões "desmaiam" e boiam, sendo coletados nas redes e levados para o laboratório.
Nos rios da TUrMA há muitos camarões e peixinhos
  
Duas espécies de peixes foram encontradas neste dia. E, segundo Dalcin, a grande quantidade de camarões confirma a excelente qualidade da água do rio.
 Rivulus haraldsiolii, uma das espécies do habitat da TUrMA

 Phalloceros caudimaculatus, a outra espécie que habita um dos rios da TUrMA

Nas postagens com links abaixo imagens surpreendentes de flora e fauna da TUrMA:


Tempestade na TUrMA
Caminhada sob temporal leva trilheiro ao hospital


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Tempestade na TUrMA

Neste vídeo o registro do início de tempestade de verão no fim da tarde de 12 de janeiro de 2015.
Antes da chegada da chuva, o horizonte, ao leste de Joinville, SC, transformou-se rapidamente em prenúncio de mais um temporal:
Mais à direita, no que comporia o quadro das fotos, há uma caramboleira que, na tarde ensolarada, alguns dos seus primeiros frutos desta safra, foram devorados por insetos vorazes.
 O incrível é que a flor de tamanho fruto seja tão pequena.
Aberta, tem o tamanho de um botão de camisa. Fechada, menor que uma cabeça de palito de fósforo.
E acredite. A carambola pode matar. De acordo com especialistas, a fruta possui uma neurotoxina que pode afetar o sistema nervoso central. Os sintomas podem ir de uma simples tosse, à confusão mental, com sonolência e até o coma.
Pessoas que têm problemas renais não devem ingerir a fruta, suco ou produtos que a tenham em sua composição.




terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Caminhada sob temporal leva trilheiro ao hospital

Era meio da tarde do segundo dia de 2015. O tempo mudou para uma trovoada de verão, o que animou visitantes para uma caminhada na mata com chuva.
Gota de chuva na TUrMA
 
 Antes, os trilheiros participaram de almoço coletivo na Casa do Morro em comemoração ao novo ano com predominância de comidas vegetarianas e veganas, preferidas da maioria.
Todavia, a caminhada terminou na Emergência do Hospital Municipal São José. A trilha encharcada, e que nalguns trechos tem argila exposta, torna-se extremamente escorregadia.
Foi num destes pontos, próximo às corredeiras, quando retornávamos, que um dos trilheiros tomou o segundo tombo e deslocou o ombro direito.
O atendimento no HMSJ foi rápido e, às 19h, o acidentado já estava dirigindo com tudo no seu devido lugar.

Aventurar-se em trilhas com chuva forte em mata fechada é uma experiência incrível. Mas, caminhar sob estas condições é muito arriscado.
 Julim, Cassandra e Eloá
A TUrMA, em períodos de sol, permite acesso fácil até por pais acompanhados de seus bebês, como fizeram Julium Schramm e Eloá Rosa com a bebezinha de apenas dez meses, Cassandra. Eles foram até ao bosque das corredeiras. Neste mesmo dia outro visitante conheceu a TUrMA. O empresário garuvense e proprietário da Banca do Agostinho.
Agostinho ficou encantado com a TUrMA
 
Após as chuvas, caminhar na TUrMA, especialmente nas manhãs, traz surpresas.
Esta pegada tem o tamanho de uma mão fechada.
Neste dia, o cheiro típico de animais selvagens era flagrante.
Pegadas menores são muito comuns.

Seguem outras imagens da TUrMA para você entender o encantamento dos visitantes.
Lagartos são moradores da TUrMA

Cogumelos incríveis em formas, tamanhos, cores "decoram" a TUrMA

A "mão árvore" que se enterra

Exoesqueleto de cigarra. A TUrMA tem várias "maternidades"

 Caetés ornamentais, mas também os selvagens, "enfeitam" a TUrMA


Esta imagem intriga os visitantes. Ainda não identificamos o fruto. Ele cresce pendurado num arbusto pequeno. Este tem uns 15 cm e lembra muito uma batata doce.

Há muito para ver, ouvir, tocar ou descobrir na TUrMA.
E caminhar nela exige muita atenção para não pisar em insetos ou brotos de plantas, por exemplo. 

O trajeto, por enquanto, é de apenas 500 metros, mas a riqueza da biodiversidade pode demandar horas do observador mais contemplativo.






Família de jacus moradores da TUrMA

Postagens anteriores:
Texturas da TUrMA e o camaleão