Logo na entrada um sinal de que toda caminhada pela TUrMA deve ser sem pressa e atenciosa. Ainda no fim do muro uma bela e grande aranha por pouco não foi vítima de uma pisada. Encaminhei-a ao muro para protegê-la.
Há muitos anos distante da mata, e a inexperiência como mateiro, resultou em pequenos e dolorosos acidentes.


Parece, mas não foi tentativa de suicídio. Foi puro descuido. O segundo acidente ocorreu com uma folha cortante que lesou-me o pulso esquerdo.
Escorregões, tombos, arranhões, cortes etc, fazem parte da vida de trilheiros e mateiros.
Todavia, a beleza do local compensa estes pequenos infortúnios.
A exuberância da flora da Mata Atlântica, em alguns pontos, é de tirar o fôlego. Na primeira sequência, algumas fotos olhando para cima, para o extrato superior, o dossel, que é composto pelas árvores mais altas, adultas, que recebem toda a intensidade da luz solar:
Outras fotos com o olhar para a linha do horizonte permitem visualizar a vegetação do interior da Mata. Elas fazem parte do extrato arbustivo, das espécies arbóreas que vivem toda a sua vida sombreadas pelas majestosas do dossel:
As formações vegetais da Mata Atlântica são heterogêneas, indo desde campos abertos em regiões montanhosas até florestas chuvosas perenes nas terras baixas do litoral, como é o caso da região de Joinville, SC.
A região da Mata Atlântica é ocupada por seres humanos há mais de 10 000 anos. Foi a partir da colonização europeia, e principalmente, no século XX, que a Mata Atlântica passou por intenso desmatamento restando cerca de 7% da cobertura vegetal original, no País.
À entrada da TUrMA o destaque é para o nível do solo. O extrato herbáceo (solo e próximo dele) é formado por plantas de pequeno porte como arbustos, musgos, ervas e plantas jovens que comporão outros extratos na fase adulta. Todavia, foi a exuberância das raízes de uma das maiores árvores (guapuruvu) que me estimularam à elaboração do primeiro bosque da TUrMA, o "Bosque das Raízes":
Na primeira semana de abertura da trilha para chegar até ao córrego (o mostrarei aqui em breve), perdi-me. Durante o caminho topei com algumas formações rochosas, pequenas, aparentemente fora do contexto. Quando perdido (foram apenas 15 minutos de desorientação), fui parar num elevado com três enormes pedras, maiores do que eu. Bem maiores. O local é lindo e já tem nome. "Bosque das Pedras". Passei também pelo "Bosque do Olho d'Água" e "Bosque dos Palmitos". A meta é chegar ao "Bosque da Cachoeira".
Mas estes são assuntos de futuras postagens.
Um pouco sobre o guapuruvu, que é a árvore símbolo da capital catarinense, Florianópolis:
O guapuruvu (Schizolobium parahyba) tem velocidade de crescimento que pode atingir três metros por ano. A árvore é também conhecida como guarapuvu, garapuvu, guapiruvu, garapivu, guaburuvu, ficheira, bacurubu, badarra, bacuruva, birosca, faveira, pau-de-vintém, pataqueira, pau-de-tamanco ou umbela.
A copa florida de um dos guapuruvus da TUrMA, em 16/11/2013. Ao fundo prédios do bairro Anita Garibaldi
A madeira do guapuruvu é pouco resistente, muito leve, com a densidade de 0,32 g/cm cúbico. Por isso, e pela facilidade de entalhe, é muito usada na confecção de embarcações tipo canoas.
A madeira também é usada para miolo de painéis e portas, brinquedos, saltos de sapato, formas de concreto, compensados e caixotaria.
Esta bela árvore é nativa do Brasil, Bolívia, Paraguai, Venezuela, Equador, Panamá, Nicarágua, Honduras, Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Belize e México. No Brasil ocorre da Bahia até nosso estado de Santa Catarina, na Mata Atlântica.

as folhas são bipinadas de 0,8 a 1,0 metro podendo ter até 50 pinas opostas de até 60 folípolos por pina, de dois a três cm de comprimento.
As sementes são bastante usadas em artesanatos.
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